segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Crônica


Sítio da Família Lima. / Foto de Cláudia Elisabeth Ramos


O Riacho

          Em alguma cidade existe um riacho. Pode ser na sua cidade ou não, na de um conhecido, ou de um desconhecido. Quem olha pra ele pensa: "Que nojento, esse Riacho!" Sua água é marrom, tem espumas sobre ela, tem sacos de plástico sobre e no seu fundo, tem garrafas pets boiando, tem pneus, tem até um sofá velho... "Deviam acabar com ele".
          Me disseram que um dia ele foi lindo, que até tomavam banho nele, em suas águas cristalinas. Que mulheres lavavam roupas nele. Disseram que dava pra beber de sua água.
          Hoje não tem como. Há diversas casas construídas sobre ele, com suas latrinas para ele. Afora isso, há os canos do esgoto da cidade que terminam nele. Dizem que é para seguir o fluxo das águas.
E tem os canos da fábrica que larga sua água azul dentro dele.  Não se sabe por que é azul.
        Um ecologista vai dizer que não se deve jogar lixo no riacho, que nem as mulheres deviam um dia ter lavado roupas nele, nem tomado banho. E que aqueles moradores tinham que tirar suas casas dali, que na primeira cheia do riacho, vão ter suas casa destruídas. A fábrica não podia largar seus dejetos assim, tinha que tratá-los.
        Mas eu vejo ainda pessoas trazendo lixo e largando ali. O Riacho não tem mais jeito, está morto, não tem mais peixe nele. Ouvi uma pessoa dizer que encontrou uma rã de três pernas, e um ecologista disse que ela foi gerada graças a poluição.
       Poluição no Riacho... Isso não devia ser prioridade para os políticos? Pessoas dizem que não. O que tem que ser prioridade é a situação financeira, segurança, a saúde e a educação. Ninguém precisa de um velho Riacho Morto. Então os políticos deveriam pelo menos cuidar do que o povo acha importante.
      As pessoas só lembrarão do Riacho quando não houver mais água potável. Se pelo menos o povo tivesse educação para não jogar tanto lixo nele, se tivesse condições financeiras para não precisar morar ali, se os proprietários das fábricas tivessem consciência da saúde que estão prejudicando. Só assim ninguém mais se preocuparia com a segurança. Todos estariam seguros.
          MORAL: PROTEJAM AS ÁGUAS ANTES QUE SEJA TARDE.

(Texto de Cláudia Elisabeth Ramos, escrito na 8.ª Série do 1.º Grau)




Sítio da Família Lima. / Foto de Cláudia Elisabeth Ramos