quinta-feira, 14 de julho de 2022
segunda-feira, 11 de julho de 2022
Crônicas
Série "Crônicas de Guerra"
O Campo de
Prisioneiros
Corria
no meio da tropa ao encontro do coronel Lander. Estava afobado e ansioso.
Cheguei diante a ele, no meio da tropa, chamando-o:
–
Coronel! Senhor, venha comigo até Flores. Rápido!
Ele
seguiu comigo sem perguntar nada. No caminho, enquanto atravessava em meio à
tropa, dizia para ele:
–
Flores avistou algo estranho pelo binóculo.
Chegamos
num local mais afastado, numa rua larga, onde estava Flores, Joshua e Johnson.
Estávamos dentro de uma cidade destruída, mas havia uma pequena mata que subia
um morro a nossa frente, mas distante. Ao ver o coronel comigo, Flores
sinalizou para ele se aproximar. Apontou uma direção a nossa frente, no meio da
mata.
–
Senhor, veja com o binóculo no canto esquerdo e no direito – apontou para onde
via no morro.
O
coronel Lander olhou para o lado esquerdo e viu algo. Depois olhou para o
direito e também viu. Voltou-se para trás e gritou:
–
Major Welt! Venha cá!
Enquanto
ele fazia isso, passou para mim o binóculo. Olhei por ele e vi a ponta de duas
torres feitas de madeira. Depois abaixei o binóculo e fiquei na expectativa.
Chegando
o major, o coronel ordenou:
–
Olhe no binóculo para lá – apontando para uma direção.
Passei
o binóculo para o major e ele olhou no binóculo. Disse surpreso:
– São
torres! É estranho! Estão próximas da cidade, ou até dentro.
–
Pode ser uma base inimiga – supôs o coronel.
–
Pode ser! Mas não temos nenhuma informação de algo naquela direção. Pelo que
sei, só há uma universidade.
–
Vamos verificar! – decidiu o coronel.
Depois
deu um tapa cordial nas costas de Flores e disse:
–
Parabéns, Flores! – Olhou a nós quatro e ordenou: – Se preparem para avançar. –
Gritou para a tropa: – Vamos seguindo na cidade, naquele sentido, – mostrou a
mata – mas com cuidado.
Eu
repassei a ordem como sargento, gritando para todos mexerem-se.
Chegamos
à mata, passamos por ela. Fomos espalhados, prontos para o ataque. Porém não
houve confronto. Até que chegamos num ponto em que o coronel ordenou para que
parássemos, ficando no fim da mata. Todos aguardaram. Parei ao lado do coronel
e do major.
Víamos
que ali havia uma entrada com portões altos e um grande prédio. O local era
altamente cercado por arame farpado, com torres feitas de madeira e vários
barracões, destoando com o prédio ao centro. Parecia que tinha sido feita
depois, sobre a universidade. Não parecia uma base. Eu olhei e perguntei ao
coronel:
– O
que é isso, senhor?
– Não
sei! – sussurrou. – Mas pelo jeito que está protegido, parece uma prisão, ou um
campo de prisioneiros japonês.
Flagrei-me
imediatamente que os prisioneiros deveriam ser soldados americanos e aliados. O
coronel logo disse para o major:
–
Vamos atacar e libertar seja lá quem estiver aí dentro. – Ordenou-me: –
Sargento, mande os homens dividirem-se e atacarem primeiro as torres. Devem
usar bazucas e morteiros – repassei a ordem. – Agora! Ao ataque!
Atacamos
com força total. Os soldados japoneses das torres revidaram, tentando nos
impedir de avanças, mas nós estávamos em grande número e o ataque foi grande.
Lentamente fomos invadindo, derrotando as torres primeiramente como o coronel
ordenara. Tiros de morteiros e bazucas tornaram aquele campo um verdadeiro
inferno.
Conseguimos
logo entrar pelos portões, arrombando-os. E assim fomos entrando. Quando eu
estava no meio do campo, mais afastado do coronel Lander, parei e vi quando
saíram de dentro os prisioneiros. Tinha muitos norte-americanos, mas eram a
maioria nossos aliados: britânicos, canadenses e australianos.
Ao
ver uns oficiais britânicos se aproximando do coronel, Flores parou ao meu lado
e chamou-me a atenção:
–
Irving, são britânicos! – Perguntou-me, rindo: – Não está contente de encontrar
compatriotas, irlandês?
E eu
sorri, percebendo a brincadeira dele.