quinta-feira, 28 de abril de 2022

Caminhos do Ser (poesia)


Voando

Minha alma desliza

Vai além dos horizontes

Tudo realiza


Sonhando

Minha vida pode ver

Vai além do infinito

Tudo pode ter


Tentando

Meus obstáculos pular

Vai além da luta

Tudo a ultrapassar


Realizando

Meus sonhos forma tomam

Vai além da vontade

E todos amam


Cláudia Elisabeth Ramos

terça-feira, 26 de abril de 2022

O livro "Melodia Inacabada" de Cláudia Elisabeth Ramos

 



Sinopse


     A família Bordalo é pobre, vive de mendicância, venda de material reciclável coletado nos lixos e de pequenos furtos. Um dia, quando reviram o lixo de uma mansão antiga de um bairro fino de Porto Alegre, acontece o inesperado. São convidados por um dos moradores a entrarem na sua mansão. O caridoso morador, Rick, é um tanto estranho. Fala um português carregado no sotaque de estrangeiro, veste roupas antigas e é extremamente educado. Trata muito bem à família, principalmente Júlia, a filha mais velha. Júlia se apaixona por Rick no momento em que o vê. E ele parece conhecer como nunca a garota, como se vivesse com ela por longo tempo e a reencontrasse.

       Com o passar do tempo, a família começa a ouvir boatos pela vizinhança da existência de um fantasma na casa, o fantasma de McHarann. Contudo, imaginam ser fruto da crendice e superstição popular. Afinal vivem ali e não vêem nenhum fantasma. Mas as coisas complicam com a visita do Dr. Bordalo, o qual diz ser dono da casa e julga a família invasora. O doutor surpreende-se ao saber que eles foram convidados por Rick. Sabia quem era Rick e temia-o. Além disso, abisma-se ao saber que todos ali tinham o mesmo sobrenome “Bordalo”, existindo um grau de parentesco entre eles. A trama se desenrola com o fortalecer do amor entre Júlia e Rick, as tentativas frustradas do Dr. Bordalo de tirar todos de lá e a figura de um fantasma, invisível aos olhos da família, mas muito bem visível para o doutor e para a vizinhança.




Você encontra o livro "Melodia Inacabada" no site:

https://clubedeautores.com.br/livro/melodia-inacabada





sábado, 23 de abril de 2022

Dicas Caninas

Dedique um tempo a eles

Esse é o Thor, meu Border  Collie. A imagem 
ficou tremida por que ele estava brincando.


Dedique um tempo de seu dia a seu cão. Não precisa ser muito, basta ser uma meia hora (por exemplo).  Eles carecem isso. É importante para ele gastar energia principalmente ao seu lado. Brinque com ele, corra, passeie.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Crônicas

 Série "Crônicas de Guerra"


Gratidão

     Parávamos de andar e sentei no chão, ainda me sentindo muito triste. De pé, ao meu lado esquerdo, estava Flores. E no direito, estava Johnson, sentado. Sentia uma grande coceira nas pernas, na altura das canelas. Estava um bom tempo sentindo aquela coceira, só então nós paramos e eu pude coçar sob as calças. Mas como a coceira era demais, decidi tirar os coturnos e erguer as pernas das calças para coçar. Ao erguê-las, as vi inchadas, numa ferida só, vermelha esbranquiçada, purgando. Eu surpreendi-me.

– Deus, como estão as suas pernas, irlandês! – disse Flores, espantado.

– Não coce, Irving! Será pior! – disse Johnson. – Médico! – chamou o médico do pelotão.

O médico chegou e olhou minhas pernas, agachando-se. Perguntou:

– O que sente?

– Muita coceira.

– Algo mais? Sente-se febril, enjoo ou vontade de vomitar?

– Não, só coceira.

– Parece uma dermatite. Pode ter sido causada picadas de insetos, alguma comida, ou até pela passagem em alguma planta – levantou-se. – Não é nada.

– Vai me dar algum remédio? – perguntei.

– Não tenho nada para isso. Talvez num posto da cruz vermelha tenha algo. Não há nenhum por aqui. Aguente e evite coçar.

Eu abaixei as pernas das calças e calcei os coturnos outra vez. E fiquei controlando-me para não me coçar, mas era difícil.

 

 

Estava em meio a uma batalha. Dividia atirar com um revólver e me coçar. Agora eu sentia coceira não só em minhas pernas, também em meu peito, costas (abaixo, perto da cintura) e no rosto, na bochecha. Todavia, mesmo assim, consegui me defender. Logo acabou o confronto. As feridas estavam sobre as outras feridas que mal estavam cicatrizando no rosto (das torturas anteriores e do tiro de raspão).

Foi quando o coronel passou a minha frente, apavorou-se e perguntou:

– O que tem no seu rosto, Irving?

– Nada – disse.

– Médico! – chamou ele.

O médico outra vez veio até mim, e olhou a ferida do meu rosto. Disse:

– É como aquelas das pernas, um surto epitelial. Tem coceira em mais algum lugar?

– No peito, na mão e nas costas.

O médico olhou primeiro minha mão direita, depois me fez abrir a camisa da farda e olhou de perto, com grande área em ferida, purgando, vermelho esbranquiçado. Olhou as minhas costas, e essa eu não consegui ver.

– Estão todas iguais! Deixe-me ver as tuas pernas outra vez! – pediu.

Eu sentei-me no chão. Tirei os coturnos outra vez e antes de ter levantado, todos se assustaram, inclusive eu. Minhas pernas estavam tão inchadas que ficaram justas nas calças. Purgavam tanto, que estavam encharcadas e grudara o tecido. O médico forçou-me a levantar o tecido e eu gritei de dor ao tentá-lo erguer. O médico então pegou uma faca e cortou o tecido e só assim pode erguê-lo e ver.

O coronel perguntou agressivo ao médico:

– O que é isso que ele tem?

– Não sei ao certo, parece uma dermatite – disse o médico mais uma vez. – Não tenho nenhum remédio para isso. Ninguém pode fazer nada, a não ser limpar as feridas.

Deram-me uma nova calça, de número maior para ficar mais solta.

 

 

Nós chegávamos num vilarejo. Eu vinha atrás do coronel, seguido do mexicano e por Flores, bem como Letter. Agora sentia coceira em quase todo o rosto. Ele estava tão inchado que meus olhos estavam pequenos. Eu podia ver que sobre minha mão direita também estava cheio de feridas. Paramos no meio da rua e havia muitos civis asiáticos andando na rua, homens e mulheres, a maioria crianças e velhos.

Fizemos uma roda, entre eu, Johnson, Flores, Joshua, Smith e Letter. Johnson comentou:

– Você está com uma aparência horrível, irlandês.

Letter ironizou:

– Irving está agora com a sua real aparência de monstro – e riu.

Olhei-o zangado e sinalizei a ele um palavrão. Smith comentou:

– Acho estranho não haver nenhum remédio para isso.

Nesse momento, um idoso asiático aproximou-se de nós e veio até mim. Olhou o meu rosto, as feridas nele e falou com mal inglês:

– Curar isso sei!

Eu surpreendi-me e perguntei:

– Curar? Você sabe realmente como me curar?

E ele sacudiu a cabeça, afirmando, e disse:

– Sim. Quer? – sacudi a cabeça afirmando. – Venha!

Puxou-me e eu não fui. Ele parou, estranhando. Sinalizei para esperar. Procurei o coronel, para pedir permissão, e somente nesse instante observei que ele estava quase ao meu lado. Ele foi logo dizendo sem ter eu nem ao menos perguntado:

– Vá! Tem permissão! Johnson e Flores, vão com ele.

Sorri e fui até o asiático. Ele disse:

– Só tem uma condição...

E eu preocupei-me. Perguntei:

– O quê?

– Após curar você promete fazer o que eu pedir.

– O que o senhor vai pedir? – perguntei, preocupado.

– Não agora dizer! Depois! Cura, primeiro!

Eu duvidei, mas como não me aguentava mais e deseja muito ser curado, logo decidi:

– Tudo bem, eu aceito!

Ele me puxou para uma casa perto dali. Johnson e Flores vieram atrás. Entrei na casa e ele me puxou para um dos quartos, passando por uma sala, onde havia duas meninas brincando com uns potes de barro. As meninas saíram logo que entrei. No quarto, não havia cama, só uma esteira no chão. O velho mandou:

– Armas, dê amigos! Tirar toda a roupa!

Dei minhas armas ao mexicano e tirei a roupa. Quando estava somente de cuecas, perguntei:

– Devo tirar ela também?

– Feridas por lá? – apontou para o meio de minhas partes íntimas.

– Não!

– Então tirar não precisar.

Depois ele pegou todas as minhas roupas e saiu para rua, e como eu estava quase nu, não o segui. Johnson o seguiu, levando consigo as minhas armas. Fiquei um tempo olhando para o mexicano, confuso pela demora. O velho voltou trazendo um pote com água e um pano. Johnson veio atrás dele.

– Ele queimou as suas roupas – disse Johnson.

Assustei-me e perguntei:

– O que vou vestir? – e Johnson bateu os ombros.

– Deitar! – ordenou o velho.

Deitei e ele passou aquele pano por todo o meu corpo, mesmo nas partes não atingidas pelas feridas. Depois saiu dali e voltou trazendo um pote com uma pasta feita por ervas, ataduras e um pote cheio de folhas. Passou pacientemente em todas as feridas a pasta, colocando sobre elas umas folhas e enfaixando. Enfaixou inclusive o meu rosto, passando as ataduras até acima de meus cabelos, deixando somente acima dos olhos e abaixo da boca, livre.

Depois disso, preparou e deu-me um chá.

– Durma! – mandou-me o velho. – Chá sono.

Eu estirei-me na esteira e ele me tapou com uma coberta laranja. E acho que dormi.

 

 

Fui despertado pelo mexicano que me sacudia. Vi ao meu lado o coronel Lander e Johnson. Flores disse:

– Temos que partir, Irving! Você está dormindo há um dia.

Surpreendi-me por ter dormido tanto e sentei na esteira. O velho disse para o coronel:

– Esperar mais, ele curado.

O coronel disse agressivo:

– Não vou ficar esperando Irving, temos uma missão a cumprir.

Eu comecei a tirar a atadura do rosto ligeiro, preocupado por estar trancando a tropa. O velho olhou-me desgostoso e começou a ajudar-me. Logo tiramos as ataduras e as folhas. O coronel, Johnson e o mexicano espantaram-se com o estado que estavam as feridas. Eu não via, mas já não sentia coceira, nem o inchaço. Eu olhei a minha mão e só tinha uma casca na ferida dela. Olhei o meu peito e as pernas, e ambos estavam como a mão. Toquei no rosto e senti o mesmo. Sorri para o velho.

– Funcionou! Muito obrigado – agradeci ao velho e ele curvou-se, sorrindo, retribuindo ao agradecimento.

O velho ainda me estendeu uma muda de roupas, que consistiam em uma calça da cor de algodão cru e uma camisa branca. Eu vesti a ambos. Parei diante do velho e perguntei:

– O que o senhor quer que eu faça para pagar a dívida que tenho com o senhor?

Ele disse dando um sorriso forçado:

– Mate-me!

Todos nós nos surpreendemos. E eu questionei confuso repetindo:

– Matar o senhor?

– O senhor não pode pedir isso a ele – intrometeu-se o mexicano, nervoso.

– Isso é uma loucura! – falou também Johnson. – Como o Irving vai matar alguém que a pouco o curou?

– O que o senhor pede a ele é constrangedor – disse o coronel.

E o velho disse agressivo:

– Ele prometeu! Parte minha fiz! Ele fazer parte dele!

– Por que quer que faça isso? – perguntei sério.

– Quatro filhos, dois netos e esposa mortos – disse o velho. – Não ninguém mais. Direito meu querer morrer. Mas coragem não ter. Para vocês matar mais um diferença não fará.

Fiquei me lembrando de minha vida, do que passara e de meu desejo de morrer. Ele tinha mais motivos que eu de desejar a morte. Johnson e Flores argumentavam ainda para ele não desejar aquilo, quando eu saquei o revólver de Johnson e o matei com três tiros no peito. Foi de surpresa, até mesmo para o velho. Logo ficou caído no chão, morto.

Johnson e Flores me olharam espantados, o coronel não. Estava sério. Ficamos alguns segundos em silêncio, até que o coronel ordenou:

– Vamos embora.

Saímos dali e eu não sentia nada pelo que havia feito, julgava-me certo. Tinha quitado a minha dívida. Fomos andando e nos reunindo com a tropa. Letter chegou até Johnson e perguntou:

– O que foram aqueles tiros?

E Johnson falou indignado comigo:

– O Irving matou o velho.

Letter empalideceu. Passamos andando pelos corpos de três soldados americanos mortos e o coronel mandou-me:

– Retire a farda de algum deles e vista-a e tire essa roupa de civil. – Depois gritou ordenando a tropa: – Atenção, preparem-se para partir.

Eu passei a tirar a farda dos colegas mortos para usar, quando Letter parou ao meu lado e gritou:

– Como fez isso? Como pode matar quem havia lhe curado?

– Eu prometi a ele fazer o que ele pedisse depois de me curar. E ele me pediu que o matasse. O matei por gratidão!

Letter enfureceu e afastou-se de mim, misturando-se com nossos outros colegas. Enquanto isso, vesti-me. Ele retornou e eu já estava praticamente fardado, terminando de amarrar os coturnos. Ele disse:

– Gratidão?! Você poderia dizer não, que não ia matá-lo e ir embora. Eu faria isso, Johnson faria e Flores faria. Pela primeira vez eles estão discordando do que você fez. Se o velho queria morrer, pediu pra pessoa certa. O maior assassino da tropa.

Eu vesti o capacete e peguei minhas armas que estavam ainda no meio da tropa, no chão. Parei e olhei para ele. Disse:

– O velho tinha perdido tudo, filhos, netos e esposa. Ele desejava morrer e eu só aliviei a dor dele.

– Imagine que, quando você desejava se matar, fosse num colega e pedisse para ele lhe matar. Apesar de pedir, na realidade você não quer morrer. Ninguém quer morrer. É claro que você nunca desejou realmente morrer, mesmo quando pulou do prédio. Só fez tudo aquilo para chamar atenção. É bem provável que o velho também não quisesse morrer e só pediu aquilo para chamar atenção. Para notarem o quanto estava sofrendo.

Eu olhei a Letter e disse sério:

– Não pulei do prédio apenas para chamar a atenção – tentei fazê-lo ver que eu realmente queria morrer. – Eu agradeceria se alguém me matasse.

Retirei de minha cintura o revólver e coloquei na mão dele. Pedi:

– Mate-me! – olhando-o bem nos olhos. – Sua chance de livrar o mundo de minha presença infame – repeti o que ele me dissera outrora (ver Ideia Suicidas, pág. 76, livro 2).

Letter calou-se e ficou sério um tempo me olhando com a arma na mão. Depois jogou o revólver no chão, saindo de perto de mim, indignado.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

O nosso mal (poesia)


                                Somos todos bruxos

                                Todos levados ao mal

                                Dependentes dos luxos

                                Do prazer carnal.


                                        Somos cruéis e impiedosos,

                                        Esnobes e egoístas,

                                        Endoidecidos, ambiciosos,

                                    Vingativos, exclusivistas


                                Julgamo-nos sempre bons,

                                Maus os outros é que são

                                Não percebemos nosso mal

                                No fundo do coração.


                                        As religiões nos controlam

                                        Para não nos autodestruirmos,

                                        Mostram o que é o bem

                                        Para sempre evoluirmos


                                Mas como abafar o mal

                                Que se esconde o nosso bem,

                                Se até o ego ancestral

                                Consumiu-se no além?


(Cláudia Elisabeth Ramos)

terça-feira, 12 de abril de 2022

O livro "Oklath - O Enigma do Guardião" de Cláudia Elisabeth Ramos

 



Sinopse:

    Márcio (Órtil) agora tem 25 anos, vive no planeta Ag’Oklath como responsável pelo castelo e é orientador emocional como todos os Oklaths. Todavia, seu trabalho como orientador leva a sentir-se culpado pela revolta anterior onde houve muitas mortes e acarretou no assassinato de toda a sua família. Busca refúgio na Terra, procurando sua namorada Maria, flagrando-a o traindo com outro. Tudo isso o leva a uma depressão profunda e a meditar sobre o seu enigma interior.

    Decidido, Márcio viaja no tempo ao passado de Ag’Oklath, quando esse planeta só se chamava Ag. Precisa saber se realmente é o culpado por tudo o que seu povo estava sofrendo. Acaba por envolver-se com a história do planeta de tal maneira que fica difícil para ele desvendar esse enigma que toma conta de todo o seu ser, assumindo um lado onde as forças do bem se defrontam com o mal.





Você encontra o livro "Oklath - O Enigma do Guardião" no site:

https://clubedeautores.com.br/livro/oklath-o-enigma-do-guardiao







domingo, 10 de abril de 2022

Dica Canina

 

Eu e Justin, todo estiloso, usando chapéu.

É proibido dar certos alimentos ao seu cão mesmo que ele goste, com o risco dele MORRER. Então, não dê isso ao seu cachorro: 

CHOCOLATE

FRUTAS CÍTRICAS (LARANJA, LIMÃO)

CEBOLA

ALHO

ABACATE,

CAFÉ e

UVA


sexta-feira, 8 de abril de 2022

Crônicas

   Série "Crônicas de Guerra"


Crueldade

 

Estava numa casa em ruínas, sozinho com um japonês ferido amarrado com as mãos para as costas e pés enrolados, deitado no chão. Havia uma bucha de pano enfiada na boca dele para não falar nem gritar. Eu passava a minha faca pelo rosto dele cortando-o de leve, sentindo prazer com o que fazia. Não era nenhuma tortura, eu fazia aquilo por fazer, como um modo de diversão macabra.

Foi então que num momento eu levei a faca ao olho direito do japonês e como a ponta da faca comecei a retirar o globo ocular dele. O soldado japonês debatia-se e eu não me importava que com isso cortasse mais ainda o rosto dele. Lembro-me que cortei sobre as pálpebras e puxei o globo. Veio uma tripa que unia com a parte interna da cavidade e eu cortei. Depois peguei o globo ocular que havia arrancado e fiquei olhando, enquanto ouvia os gemidos do japonês. Larguei o globo ocular no chão e voltei a passar a faca pelo peito do japonês. Ergui a camisa da farda dele e deixei a barriga dele desnuda. Tinha um ferimento um pouco acima, perto do peito. Levei a faca ao ventre dele. Ele tinha um abdômen bem musculoso e sarado. Quando estava com a faca no abdômen, cheguei nele e finquei a faca pela metade. Dei mais três fincadas, formando assim com desenho de um quadrado. O Japonês urrou mais uma vez e eu não me importei.

De repente, ouvi o ruído de alguém se aproximado. Tinha uns trapos marrons perto e eu rapidamente cobri o corpo do soldado inimigo para que não o vissem. Logo vi que quem se aproximava era o coronel Lander. Eu me endireitei, ficando sentado no chão, ao lado de minha vítima, tentando esconder o japonês com meu corpo. O coronel parou a minha frente.

– O que está fazendo aqui sozinho?

– Nada, só estou descansando – menti.

– Sozinho? – repetiu, estranhando.

– Sim! – disse sério.

O coronel sugeriu:

– Acho melhor que volte para junto dos outros!

– Está bem! Só vou ficar mais um pouco e já vou.

O coronel virou-se de costa e foi saindo e eu fiquei esperando-o sair. Queria voltar a fazer o que estava fazendo. Mas foi então que o ferido gemeu alto, se mexendo, tentando soltar-se. Eu chutei o japonês que grunhiu ainda mais. O coronel parou e voltou-se para mim, olhando-me, bem como o pano verde oliva que cobria o japonês. Nesse instante o japonês se moveu e eu não gostei daquilo, pois o coronel ia descobrir que havia alguém embaixo do pano e consequentemente o que eu estava fazendo.

Como eu imaginei, o coronel foi direto ao pano e levantou-o, encontrando o japonês mutilado, sem um olho e sangrando. Ele me olhou e eu olhei-o sério.

– O que está fazendo com esse japonês? – perguntou o coronel furioso.

Eu não respondi e ele sacou o próprio revólver para matá-lo, apontou, ficou um tempo apontando, depois guardou a arma. Ordenou-me:

– Mate-o com a faca. Se eu atirar, os outros ouvirão os tiros e virão aqui para ver o que aconteceu. Se eles virem o que está fazendo, terão mais motivos de não gostarem de você. – E ordenou sério: – Vamos, mate-o logo!

Eu ia esfaqueá-lo no peito, quando mudei de ideia e passei a faca na garganta. Ainda fiquei um tempo parado olhando o sangue esguichando pelo corte. Em seguida ele morreu.

Como não me mexi, o coronel gritou furioso:

– Vamos, Irving, ande! Saia daqui de uma vez.

Eu levantei-me e fui saindo da casa. O coronel veio atrás. Segui andando, estava perto do acampamento. Fui acompanhado pelo coronel até Johnson e Flores. Sentei no meio dos dois, numa caixa de munição. O coronel ainda ficou me olhando sério e depois saiu dali, afastando-se.

Johnson olhou-me e perguntou:

– Onde você estava, irlandês?

– Dentro da casa – respondi.

Ele ficou um tempo em silêncio me olhando, depois voltou a perguntar:

– O que aconteceu? Você está estranho – riu. – Está com uma cara de paranoico! Seus olhos estão vidrados.

Eu não respondi, apenas o olhei sério.

segunda-feira, 4 de abril de 2022

EU SOU... (Poesia)


Eu sou o vento,

A lembrança e o destino...

Na verdade sou passageira,

rápida e ligeira...

Não tenho medo nem coragem

Só pura verdade...

Corro e canto,

e me esquecem em um canto...

Rodeiam-me muitos

ao nascer de um ser bendito

Rodeiam-me muitos

ao morrer de um ser maldito

Malditos e benditos se igualam

Quando sou eu quem manda...

Alguns esquecem o cais,

da água dele

há um sonho de ancestrais...

A riqueza e a pobreza me pertencem...

Eu sou um pássaro no ar

Um peixe do mar

Sou a mortalha de uma horrível batalha

Sou o amor e o carinho dos amantes

Sou cada instante

A morte e eu somos companheiras

verdadeiras

únicas

por que sou

A vida...


(Cláudia Elisabeth Ramos)

sexta-feira, 1 de abril de 2022

O Livro "Chamas da Magia" de Cláudia Elisabeth Ramos

 



Sinopse:

          Idade média, século VII – Sebástian era apenas um camponês adolescente com dons sobrenaturais quando foi tirado de seu lar e colocado no meio de uma guerra por ordens do rei. Seu reino de Allauiz estava em guerra com o reino vizinho de Arthamor. Vendo-o matar doze inimigos com seus dons, o mago Dragonar impressiona-se com o rapaz. Convida-o para ser seu aprendiz, entretanto o jovem não pode aceitar. Ele ainda era um soldado e tinha que cumprir a missão como um guerreiro do reino. Dragonar empresta-lhe então um livro de magia, com a promessa do jovem de retornar e vir a ser seu discípulo.

          Sebástian passa a fazer magia como nenhum outro mago jamais fez, sem ter nenhum mestre. Assim se inicia a saga do Mago Vermelho, como o jovem passa a ser conhecido. Seu poder é tamanho que desperta a ira do inimigo do reino, o rei Caspar, e principalmente de seu mago Lagmur. Acompanhado do príncipe Calvin e do conde Nick, o jovem luta por Allauiz, de forma mágica. Somente ele e a magia podem vencer os inimigos do reino, tendo como surpresa o apoio de dragões.




Você encontra o livro "Chamas da Magia" no site:

https://clubedeautores.com.br/livro/chamas-da-magia