Os gatos chegam na puberdade aos seis a sete meses. Como qualquer adolescente, é o período de maior rebeldia contra ordens.
Os gatos chegam na puberdade aos seis a sete meses. Como qualquer adolescente, é o período de maior rebeldia contra ordens.
Série "Crônicas de Guerra"
A Prostituta
Japonesa
Estava
num cabaré, onde todas as prostitutas eram asiáticas. Praticamente todos os
homens que estavam ali eram do exército norte-americano. Eu bebia muito e
observava as mulheres. Foi quando eu fixei os olhos numa das prostitutas e vi
nela uma japonesa e não como a maioria dali, nativos (Não sei em que país
estava. Os nativos eram asiáticos, mas não japoneses. Japoneses eram os
inimigos). Não sei dizer o que nela denunciou, mas eu tinha certeza absoluta de
que ela era japonesa. Portanto era inimiga.
Tirei
o meu revólver da cintura e mirei a arma para a cabeça dela, agarrando-a e
prendendo-a contra a parede. Comecei a gritar, ordenando para ela:
–
Confesse que é japonesa! – enquanto a empurrava, batendo-a contra a parede.
Ela
começou a chorar forte. Todos meus colegas pararam com as brincadeiras, vendo o
que eu fazia. Opuseram-se, discutindo comigo, chamando-me de louco, pedindo
para eu parar de ameaçar a moça. Alguns colegas meus não conseguiam distinguir
os nativos dos japoneses, entretanto eu conseguia. Eu continuei, com certeza
absoluta do que falava. E por um triz não atirei na cabeça dela, pois vontade
não me faltava.
Aproximou-se
de nós então a cafetina, uma senhora asiática muito idosa e pequena (tinha mais
de sessenta anos), tentando me fazer parar.
– Por
favor, meu jovem, deixe a garota em paz!
Eu
olhei para a cafetina e disse, colocando a arma no queixo da garota prostituta:
–
Confesse que ela é japonesa se não eu estouro a cabeça dela – ordenei.
Vendo
o que eu falava sério e ficando totalmente assustada diante a minha ameaça, a
cafetina disse:
– Ela
realmente é japonesa! Mas, por favor, não faça nada com ela, solte-a. Ela veio
aqui e implorou trabalho – confessou. – Mora a anos aqui.
Todos
que estavam ali se calaram, houve um imenso silêncio, dando-me razão. Eu
desencostei a arma da garota e a empurrei. O Major Welt se aproximou de nós,
olhando para mim, para a garota e para a cafetina.
– Se
ela é japonesa, teremos que nos retirar daqui – disse o major. – Soldados
americanos não podem ser cliente de japoneses. Eles são nossos inimigos.
A
cafetina disse para ele:
– Calma,
major! Desse momento em diante, essa mulher não mais trabalha aqui – o major
sacudiu a cabeça, concordando. – Deixe seus homens aqui, por favor!
E eu
me afastei. Apesar de ter sido rude e violento, sei o que me passava pela
cabeça todo o tempo. Aquela mulher podia muito bem ser uma espiã japonesa.
Qualquer homem diz muitas coisas na cama. Ela poderia tirar informações
secretas de qualquer um de nós e passar para os japoneses. Era por isso que eu
havia ficado tão louco. E não tenho certeza que a maioria compreendeu os meus
motivos. Mas os oficiais, com certeza entenderam.
Viver pra quê?
Pra sofrer uma nova vida
Pra morrer uma nova esperança
Pra correr numa nova linha
Pra quê?
Viver pra quê?
Pra ver e sentir
Pra ouvir e ficar calado
Pra falar e ficar cego
Pra quê?
Viver pra quê?
Se no passo da humanidade
Se no universo dos mortais
O mundo é tão pequeno
Pra quê?
Viver pra quê?
Pra sentir o ódio
Pra sentir amor
Pra ver a morte em cada coração de dor
Pra quê?
Viver pra quê?
Pra ver o sangue na mente
Pra se banhar a alma de sangue
Pra falar da morte sem temer
Pra sentir na pele a crueldade de viver!
Cláudia Elisabeth Ramos
Sinopse:
Uma estranha e gigantesca nave é encontrada pela equipe do ônibus espacial Angel III. Aparentando vazia e abandonada, os tripulantes decidem desbravá-la. Entretanto, no interior da escura e tétrica nave, coisas estranhas começam a acontecer. O medo aumenta ao sentirem que não estão sós. E mais ainda, quando um dos membros da equipe acaba por agir estranhamente após ter sido atacado pelos misteriosos ocupantes da nave e um alienígena é encontrado com vida.
Tudo isso é aceitável quando apenas cinco astronautas correm perigo diante ao desconhecido. A real luta pela vida estaria apenas começando quando a nave de passageiros Novae Voyager V, com destino a Alfa Centauro, acaba tendo que fazer um pouso forçado na estranha nave. E agora, as vidas de cento e cinquenta tripulantes e mil quatrocentos e trinta e cinco passageiros estão nas mãos do desconhecido. Quem poderá defendê-los? Os cinco astronautas? Ou o alienígena? Mas... podem confiar nele?
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